Entenda o que é ESG e como ele está presente nos lançamentos
Citado pela primeira vez em 2004, o termo ESG objetiva pensar novos rumos para o planeta por meio de boas práticas dentro das organizações. O assunto está ganhando cada vez mais força dentro das empresas, provando ser possível obter bom retorno financeiro e construir um futuro sustentável em conjunto.
Com o surgimento dessa pequena sigla, a sociedade contemporânea, que há muito enfrenta desafios para conciliar o desenvolvimento tecnológico e econômico à sustentabilidade socioambiental, passa a enxergar novas perspectivas para os negócios.
O que é ESG e qual o objetivo?
O ESG se baseia em três pilares: environmental, social and governance, em português, ambiental, social e de governança. De acordo com esses parâmetros, uma série de boas práticas são desenvolvidas e aplicadas nas instituições, que são desde empresas mais tradicionais até modelos de negócios mais tecnológicos, como as startups.
Esses parâmetros não se restringem a empresas com fins lucrativos, afinal as práticas ESG são aplicáveis até mesmo em ONGs e outros modelos de negócio.
Com o intuito de tornar o mundo próspero em diversos aspectos, as ações ESG também contribuem diretamente para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável instituídos pela ONU.
Conheça mais detalhes sobre o significado de cada uma das letras que compõem o conceito em questão.
Environmental – Ambiental
A preocupação ambiental é o primeiro aspecto contido na sigla ESG e, como é de se esperar, diz respeito à conservação dos recursos naturais. Em outras palavras, trata também da diminuição dos impactos causados pelas ações humanas.
O controle da emissão de carbono e da dispersão de poluentes atmosféricos, por exemplo, são temas relevantes que ganharam destaque mundial nos últimos anos. Além desses, há outros como o desperdício de água e de energia, consumo desenfreado de recursos naturais, resíduos contaminantes e poluentes.
No Brasil, o combate ao desmatamento também é uma temática bastante abordada, bem como a preservação da biodiversidade, da flora e da fauna.
Social – Social
A questão social da sigla ESG visa ao foco nas pessoas que, em algum nível, se relacionam com as organizações, ou seja, além da satisfação do cliente, é importante oferecer boas condições de trabalho aos empregados e ter uma boa conexão com a comunidade.
Para os colaboradores, as empresas investem cada vez mais em programas de desenvolvimento, vagas afirmativas, benefícios financeiros ou voltados para o lazer. São inúmeras ações que visam à equidade e ao bem-estar, criando ambientes propícios para o desenvolvimento dos funcionários enquanto os tornam mais produtivos e engajados.
Até mesmo para reter talentos, as boas práticas socioambientais fazem toda a diferença. As novas gerações procuram empregos cujos valores estejam alinhados à sua visão de mundo, portanto, o propósito das marcas é relevante.
Para a experiência dos clientes, adotar práticas ESG significa também o compromisso com a entrega de qualidade. Isso porque a preocupação com cada detalhe do ordenamento do sistema estabiliza os processos e estabelece padrões.
Governance – Governança
Por último, e não menos importante, a governança está ligada à gestão e à administração das organizações. Nesse aspecto, a transparência nas ações é essencial, prezando pela ética no controle de finanças e nas relações.
Para estruturar uma conduta corporativa íntegra, as empresas trabalham com relatórios financeiros, indicadores de desempenho que permitem medir a efetividade das estratégias implantadas, gestão de riscos, políticas de remuneração para acionistas e para a alta administração, além de comitês de ética e canal específico para denúncias.
As empresas estão adotando as práticas ESG
De uns tempos para cá, tornou-se comum enfatizar as práticas ESG e, cada vez mais, as organizações têm o cuidado de implementar ações voltadas para isso. O movimento começou nas grandes empresas e agora acontece também em negócios de médio e pequeno porte, afinal os investidores e os consumidores estão cada vez mais exigentes.
Organizações que combinam o seu plano de desenvolvimento com ações voltadas para o ESG recebem gradualmente maior destaque dentre os investidores. A boa reputação se deve pelo fato de que as práticas podem tornar as empresas mais sólidas e mais resilientes em meio a cenários incertos.
De acordo com relatório da PwC, os investidores acreditam que as empresas devem implementar estratégias baseadas nas práticas ESG e estão dispostos, inclusive, a se desfazer de investimentos que não prezam por esses aspectos. Estudos da XP Investimentos também mostram que houve aumento de mais de 30% na incorporação de estratégias sustentáveis na gestão de ativos.
Se por um lado a adoção do ESG é um ponto crucial para diversos investidores, por outro, os consumidores também estão mais exigentes. Os clientes consomem de maneira mais consciente, cobram posicionamento das marcas e, agora, além de observar a qualidade do produto ou do serviço, atentam-se a toda a cadeia de produção.
Reconexão com o propósito
Visto que a preocupação ambiental, social e a maneira de conduzir uma organização importam, as empresas têm se adaptado ao novo momento. O grande desafio das organizações é equilibrar as três frentes do ESG para interligar as estratégias e, de fato, alcançar mudanças duradouras. No entanto, voltar ao propósito inicial parece ser o caminho.
Há marcas que agregam valor ao seu produto ao enfatizar o seu propósito, bem como o compromisso com a diminuição de impactos ambientais no planeta, já outras utilizam como estratégia a transparência nas fases de produção, a remuneração justa e a preocupação com as pessoas.
O fato é que cada organização identifica as suas prioridades para desenvolvimento de estratégias ESG com base em sua trajetória. Após isso, são implantadas métricas que vão além da análise financeira, possibilitando a medição dos resultados e impactos de cada uma de suas ações.
ESG no mercado imobiliário
O ESG é trabalhado no mercado imobiliário levando em conta o sonho da casa própria, o déficit habitacional e o impacto socioambiental de cada lançamento. No Brasil, as questões relacionadas à temática estão ganhando maturidade, mas já se mostram bastante presentes na construção civil.
O Instituto Cyrela é um exemplo que partiu de um grupo do mercado imobiliário e visa à transformação social. A organização desenvolve e financia projetos na área da educação, dentre eles a Vizinhança do Saber, que mapeia as necessidades das comunidades escolares no entorno dos empreendimentos e aplica melhorias.
ESG e sustentabilidade nas construções
As empresas investem em ações sociais e, no caso das construtoras e incorporadoras, o uso de materiais sustentáveis e a busca por canteiros de obra com baixo impacto ambiental já é um padrão. Há incorporadoras que já conseguem reciclar mais de 90% do total de resíduos gerados em suas obras.
Além disso, outras medidas que promovem a sustentabilidade em empreendimentos é o uso de tomadas para carro e para bike elétrica, compartilhamento de automóveis, painéis solares para geração de energia limpa, uso de vidro para garantir ampla iluminação natural e a entrega de louças e metais com dispositivos economizadores de água.
Selos e certificações
Há uma série de certificações que ajudam a identificar se as organizações estão cumprindo as boas práticas ESG e existem cerca de 400 selos voltados para o apelo sustentável. Além disso, cada nicho possui os seus próprios medidores para auxiliar o consumidor a entender o tamanho do impacto causado pelo produto.
Na construção civil, a certificação LEED quantifica benefícios ambientais e sociais de um projeto, a certificação AQUA atesta a economia direta de água e de energia, bem como a qualidade da relação entre um edifício e o seu entorno. Esses são os dois mais conhecidos; no entanto, há outros como o selo Casa Azul Caixa e Procel Edificações.
Boas práticas da Living
Além das ações internas voltadas para a governança e as pessoas que estão conectadas à empresa, a Living preza pela eficiência das construções e por processos de produção limpos. A evolução constante nesses aspectos está visível na qualidade e na eficiência dos empreendimentos.
Em cada edifício existe a preocupação ambiental e a busca por formatos construtivos de baixo impacto. Confira algumas das principais ações aplicadas pela Living em sua cadeia de produção.
Construção racionalizada
Além de tornar mais rápida a construção de um edifício, a racionalização das construções permite utilizar os recursos em sua total capacidade. Isso diminui desperdícios e aumenta o controle de qualidade.
Pensar o canteiro de obras como uma linha de montagem possibilita, inclusive, a assertividade na previsão de gastos, simplificação do processo construtivo e, por consequência, redução de problemas construtivos e detecção de riscos com antecedência.
Construção eficiente
Os empreendimentos da Living possuem medidas sustentáveis incorporadas nos seus processos, mas também na sua entrega final. Isso porque é comum que os empreendimentos tenham sistema de captação, armazenamento e reuso de águas da chuva e dispositivos economizadores de energia elétrica, como sensor de presença nas áreas comuns.
O paisagismo com espécies nativas e espécies vegetais de baixo consumo de água também é uma característica sustentável dos projetos, bem como as áreas permeáveis com pisos drenantes.
Descarte consciente e reaproveitamento de materiais
Por meio do conceito zero waste, traduzido como lixo zero, a potencialidade dos materiais estende o tempo de vida útil, ou seja, quase tudo pode ser transformado e reaproveitado de outra maneira, otimizando a cadeia de reciclagem e diminuindo o desperdício de materiais.
Em parceria com a Trashin, a Living faz a gestão de resíduos em estandes, disponibilizando ecopontos para a coleta seletiva. Além disso, a Living possui uma parceria com a Relóco, que capta materiais não utilizados e encontra outros destinos.
Revitalização da vizinhança
Por meio do programa Quintal Urbano, a Living coloca em prática a parte social do ESG. Em parceria com a startup Fix, é feita a adequação de calçadas e fachadas no entorno dos empreendimentos, ações que valorizam a região e estabelecem boas conexões com a comunidade.
As ações são realizadas ainda durante a fase de lançamento dos projetos, na etapa de demolição. Assim, os moradores atuais passam por poucas alterações em suas rotinas, e os futuros moradores já recebem a sua nova residência desfrutando de boa infraestrutura no entorno.
ESG e o cuidado com o futuro
As boas práticas transparecem nas organizações por meio da pegada sustentável, formatos de trabalhos mais saudáveis e gestão íntegra. De todas as maneiras, a mobilização dos mercados em relação a esse assunto mostra que já estamos vivendo um novo momento.
As práticas ESG agora são parte da jornada para um futuro no qual a rentabilidade financeira anda com a preservação do planeta e esse fato, sem dúvidas, está moldando a maneira como as organizações se comportam no mundo todo.